Para quem gosta de mágica aqui vai uma sugestão de truque capaz de surpreender a plateia. Este truque tem como base ideias matemáticas baseadas em probabilidade, porém o mágico tem de assumir algum risco quando faz estes turque. Mas isso
também torna o truque mais excitantes.
Imagine o você que tem um público de umas dezenas de pessoas. Comece por recordar com elas que os
números das portas de suas casas têm um primeiro dígito significativo e que esse
dígito é 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ou 9. Lembre que um número de porta não pode começar por
zero.
Em seguida, confirme que as pessoas moram em ruas diferentes e que não escolheram o número
da sua porta, logo tem-se que o primeiro dígito significativo de cada número é
aleatório. Sendo assim, e havendo muitas pessoas , é natural se pensar que possa a
haver tantos números de porta começando com o número 1, quanto com o número 2, como por qualquer outro dos 9 dígitos possíveis. Mas se você pensar um pouco conseguirá descobrir que não é assim e que há mais pessoas com número de
porta começando por 1, 2, 3 ou 4 do que começando por 5, 6, 7, 8 ou 9. No
primeiro caso temos quatro hipóteses e no segundo cinco, pelo que deveria ser o
contrário, pensará o público.
Peça agora para as
pessoas no primeiro caso levantarem os braços. Peça depois para as pessoas no
segundo grupo fazerem o mesmo.
Habitualmente, não
vale a pena contar os braços. A aposta vence-se com grande margem. Se não
quiser arriscar, não aposte. Mas se estiver bem-disposto, aposte que há
mais pessoas com número de porta começando por 1, 2 ou 3 do que começando por
qualquer um dos restantes seis dígitos. Nesta segunda aposta parece que tem
dois terços de probabilidade de perder, mas, na realidade, é mais provável que
volte a ganhar do que perder.
As magias
matemáticas não têm piada quando não se explicam. O que acontece é que, para
qualquer dos nove dígitos ter a mesma probabilidade de ocorrência, cada rua
teria de ter exatamente 9 portas, ou 99, ou 999...
É fácil: se uma
rua tiver portas numeradas de 1 a 9, qualquer algarismo tem 1/9 de
probabilidade de aparecer. O mesmo se passa se a rua tiver 99 portas, e assim
por diante. Mas as ruas não costumam ter essa dimensão exata.
Imagine uma rua
com 33 portas. O dígito 1 aparece como primeiro algarismo significativo 11
vezes, pois aparece nas portas 1, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19. O
dígito 2 aparece também 11 vezes a liderar o número das portas. O 3 já só
aparece cinco, enquanto o 4 e todos os restantes aparecem apenas uma vez. Pegue
em papel e lápis, que são os instrumentos preferidos dos matemáticos, e
verifique.
O que se passa com
os números das portas da rua passa-se com muitos outros, desde as cotações das
ações e dos índices de inflação até constantes físicas e matemáticas. Quem o
descobriu foi o astrónomo norte-americano Simon Newcomb, em 1881, mas quem o
estudou de forma sistemática foi um seu conterrâneo, o físico Frank Benford, em
1938. Por isso, a lei de distribuição dos primeiros dígitos significativos
chama-se hoje Lei de Benford
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