sábado, 17 de novembro de 2012

O Último Teorema de Fermat

Pierre de Fermat
Em teoria dos números, o Último Teorema de Fermat afirma que não existem três inteiros positivos a, b e c capazes de satisfazer a equação an + bn = cn para qualquer valor inteiro de n maior do que dois. Este teorema foi conjecturado por Pierre de Fermat em 1637, mas não foi provado até 1995, apesar dos esforços de muitos matemáticos ilustres. O problema não resolvido estimulou o desenvolvimento da teoria dos números algébricos no século 19 e a prova do teorema de modularidade no 20. Ele está entre os teoremas mais famosos da história da matemática.

Pierre de Fermat morreu em 1665. Hoje pensa-se em Fermat como um dos teórico dos números mais famosos de todos os tempos. Por isso, é surpreendente verificar que Fermat era na verdade um advogado, sendo apenas um matemático amador. Também surpreendente é o fato de que ele publicou apenas um artigo matemático ao longo de sua vida, sendo este um artigo anônimo escrito como um apêndice ao livro de um colega.

Dado que Fermat se recusou a publicar seu trabalho, seus amigos temiam que ele logo seria esquecido a menos que algo foi feito a respeito. Seu filho, Samuel assumiu a tarefa de coleta de cartas de Fermat e outros documentos matemáticos, comentários escritos em livros, etc com o objetivo de publicar idéias matemáticas de seu pai. Desta forma, o famoso "último teorema" passou a ser publicado. Ele foi encontrado por Samuel escrito como uma nota marginal em cópia de seu pai de Arithmetica de Diofanto.

Pierre de Fermat, que escreveu às margens de uma tradução de Arithmetica de Diofanto, ao lado do enunciado daquilo que haveria por ser conhecido como o seu Último Teorema, a seguinte nota:
"Cuius rei demonstrationem mirabilem sane detexi. Hanc marginis exiguitas non caperet."
"Encontrei uma demonstração verdadeiramente maravilhosa disto, mas esta margem é estreita demais para contê-la."

Fermat quase certamente escreveu a nota marginal por volta de 1630, quando ele estudou Arithmetica de Diofanto. É provável que Fermat possa ter percebido que sua prova notável estivesse errada e por isso não o tenha publicado, no entanto, uma vez que todos os seus outros teoremas foram declarados e reformulado em problemas; dessa forma este teorema permaneceu como um desafio que Fermat enviou a outros matemáticos. Embora os casos especiais de n = 3 e n = 4 foram emitidos como desafios (e Fermat sabia como provar isso) o teorema geral nunca foi mencionado novamente por Fermat.

Ao longo dos próximos dois séculos (1637-1839), a conjectura foi provada apenas para os números primos 3, 5 e 7, embora Sophie Germain provou ser um caso especial para todos os primos menores que 100. Em meados do século 19, Ernst Kummer provou o teorema para uma classe (provavelmente infinita) grande de números primos, conhecidos como primos regulares. Com base no trabalho de Kummer e usando estudos de computador sofisticados, outros matemáticos foram capazes de provar a conjectura para todos os números primos ímpares até quatro milhões.

A prova final da conjectura para todo n veio no final do século 20. Em 1984, Gerhard Frey sugeriu a abordagem de provar a conjectura através da conjectura de modularidade para curvas elípticas. Com base na obra de Ken Ribet, Andrew Wiles conseguiu provar o suficiente da conjectura de modularidade para provar o Último Teorema de Fermat, com a ajuda de Richard Taylor. A realização de Wiles foi noticiado amplamente na imprensa popular, e foi popularizada em livros e programas de televisão.

Para quem quiser saber mais no you tube esta disponível todo documentário que a BBC fez sobre o assunto, deixo aqui o link para a primeira parte as outras partes são fáceis de achar a partir desta.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Trabalho 8 Ano - Texto sobre irracionais

Bem vindos!!!

Novamente postando mais um dos trabalhos para vocês. Gostaria que todos aproveitassem a oportunidade de aumentar as notas com este novo trabalho. Para fazer o download  clique aqui.
Caso encontrem algum erro no texto por favor me comuniquem para que possa ser consertado!

Uma boa sorte a todos!

sábado, 8 de setembro de 2012

Voltamos!!!




Bem 3º bimestre pelo meio já, mas a temporada de trabalhos se inicia para todos os meus alunos desta forma estarei/estou disponibilizando como sempre os trabalhos para download, bem como algumas dicas que possam auxiliar vocês nesta empreitada. 

Que a força esteja com vocês!

domingo, 3 de junho de 2012

Trabalho 2º Ano

Seguindo o ritmo de fim de bimestre... deixo aqui as orientações para o trabalho do 2ºB, cujo tema escolhido foi Lugares Geométricos:
  • Definições de círculo, circunferência, parábola, elipse, hipérbole e mediatriz como lugares geométricos.
  • O que são cônicas? Por que recebem esse nome? 
  • Algumas aplicações das cônicas
  • Construção da parábola, elipse e hipérbole com papel vegetal
  • Data de entrega: até dia 11/06 (não aceito depois dessa data)
  • Manuscrito, papel almaço, ± 5 páginas.
  • Em dupla ou trio.
Divirtam-se!

Charge do Dia


sábado, 2 de junho de 2012

O inverno está chegando...

Provas chegando, e as férias também. E... para ajudá-los a não esquecer como o dia da prova de matemática é importante estou deixando especialmente um calendário com todas as provas das salas em que dou aula! Para descobrir o dia da sua prova é só olhar no calendário o dia em que está escrito o nome da sua sua turma!
Bons estudos! E caso queiram podem fazer o download deste calendário é só clicar aqui.

Trabalho dos 1º anos

Como prometido deixando as orientações gerais para os trabalhos mensais do 2 Bimestre. De forma geral,  as orientação básicas são as mesmas: manuscrito, papel almaço. Ainda não sei se esse trabalho terá peso normal ou se terá peso 2.


  • Mais ou menos 5 PÁGINAS (não folhas)
  • A Pesquisa é sobre equações do segundo grau e deve conter no mínimo:
    • Demonstração da fórmula de Bhaskara comentada e com passo a passo
    • Algumas aplicações e usos das equações do segundo grau
    • história da fórmula de segundo grau e origem do nome
  • Mais ou menos 5 referências bibliográficas (fontes)
  • Entregar até dia 11/06 - valido para todas as salas
  • Em dupla ou em trio.

sábado, 19 de maio de 2012

Calendário de Provas

Bem estamos chegando ao fim de maio e com ele as provas, dessa forma estou postando o calendário de provas de matemática, bons estudos!
Lembrando que o conteúdo é:

  • 6º anos: aula 25 a 33 (com exceção das aulas de geometria)
  • 7º anos: aula 29 a 34 (com exceção das aulas de geometria)
  • 8º ano: aulas 19 a 35 (com exceção das aulas de geometria)
  • 1º anos do Ensino Médio: do módulo 11 ao 16
  • 2º ano do Ensino Médio: do módulo 10 ao 16
  • 3º anos do Ensino Médio:  Frente 3 módulo 9 e 10; Frente 4 módulo 1, 3, 4, 6, 7 e 8

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A Origem da Geometria Analítica e o Plano Cartesiano

Rene Descartes
Filósofo e matemático francês nascido em 1596, René Descartes, é um personagem de destaque. A importância e representatividade de Descartes foi potencializada após a publicação do "Discurso sobre o Método", em 1637, no qual apresenta sua crença na caracterização do problema do método como garantia para a obtenção da verdade.

Segundo o racionalismo de Descartes, o melhor caminho para a compreensão de um problema é a ordem e a clareza com que processamos nossas reflexões. Um problema sempre será mais bem compreendido se o dividirmos em uma série de pequenos problemas que serão analisados isoladamente do todo. Este fato leva até mesmo nossos dicionários acusarem um substantivo e um adjetivo em referências ao seu nome: cartesianismo e cartesiano.
Descartes reservou um dos três apêndices de sua obra exclusivamente para discorrer sobre o método científico e a Geometria, fato este realizado com a intenção de ilustrar o alcance do método filosófico para o raciocínio e a busca da verdade. Tal publicação justifica o fato de a Geometria analítica também ser conhecida por Geometria cartesiana.
Em artigo sobre René Descartes, no site Consciência.org, podemos constar o fato que levou Descartes a finalizar seu tratato.

Descartes relata que viveu uma noite extraordinária no final de 1619. Ele ficava nessa época sozinho em um cômodo aquecido, onde podia se entregar à atividade intelectual. Uma visão extraordinária, um insigth. Numa noite iluminada, teve uma revelação dos fundamento de uma ciência admirável, de dimensão universal. Descartes resolvera viajar para procurar a verdade no Grande Livro do Mundo. em 1619 sai da Holanda e viaja pela Europa. Estava finalizando o seu Tratado sobre o Mundo e Sobre o Homem q uando lhe veio a notícia da condenação de Galileu por suas teorias científicas. 

[...]

Descartes tinha um projeto filosófico. Cada vez mais ligado na matemática, queria associar as leis numéricas com as leis do mundo, resgatando a antiga doutrina pitagórica. Sua principal teoria afirmava-se na eficácia da razão. Queria refle tir sobre a questão da autonomia da ciência e objetividade da razão frente ao Deus todo poderoso. As novas teorias científicas contrariavam as Sagradas Escrituras.

A outra grande contribuição para o desenvolvimento da Geometria analítica vem de Pierre de Fermat (1601-1665). A sua obra, que serviu de base à Geometria analítica, intitula-se Introdução aos lugares planos e sólidos e, embora tenha sido escrita antes de 1637, só foi publicada em 1679, após sua morte.
Pagina de La Geometrie
O trabalho de Fermat completa e expande a obra de Descartes e hoje considera-se que ambos estabeleceram os fundamentos da Geometria analítica, os quais, por sua vez, possibilitaram o desenvolvimento de diversas outras áreas da Matemática e das Ciências exatas.

A Lei dos Grandes Números

Há uma razão bem científica para escolhermos o ser humano médio (shakespeareano) como nosso foco na formulação da ciência da gestão de pessoas. É uma lei estatística chamada lei dos grandes números.Para os fins que nos interessam ela pode ser formulada mais ou menos assim: “O comportamento de um grande número de pessoas é mais previsível do que o comportamento de um grupo pequeno ou que o comportamento de uma pessoa isolada”.
nos ajuda a entender várias coisas aparentemente misteriosas da vida em sociedade, e muita coisa da vida na empresa. Por exemplo, ninguém controla a quantidade de comida que deve chegar a uma cidade como São Paulo, ou quais tipos de comida devem ser encomendados, mas é certo eu encontrar o que quero, quando quero, do jeito que quero. A habilidade que o sistema tem de antecipar minhas necessidades e desejos sem que eu tenha falado deles a ninguém, é explicada pela lei dos grandes números. Eu, um cara “médio”, não vou sair procurando nada muito fora da média.
O que o se faz é entender o que move esses “médios”, e agir de forma a satisfazer suas necessidades/desejos.
Chamam esse talento para computar o que os “médios” querem, de talento de marketing.

Fonte: Época

domingo, 6 de maio de 2012

O Dia do Matemático

Os matemáticos também tem seu dia e ele é comemorado exatamente hoje. Para que esta data tão significativa não passe em branco preparei este post.

A Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM elegeu o dia seis de maio “DIA NACIONAL DA MATEMÁTICA”, em memória da data de nascimento de Júlio César de Mello e Souza, o MALBA TAHAN, segundo minhas pesquisas esta escolha foi regulamentada no  Brasil com Lei aprovada pelo congresso Nacional em 2004, de autoria da Deputada Professora Raquel Teixeira. Neste dia, a sugestão inicial era promover, em nosso país a realização de eventos comemorativos, com o objetivo de difundir a Matemática como área do conhecimento.

Malba Tahan era o pseudônimo do professor de matemática Julio César de Mello e Souza, nascido no Rio de Janeiro no dia 6 de maio há 110 anos. Ele é o autor de um dos maiores sucessos literários de nosso país, o romance O Homem que Calculava, já traduzido em doze idiomas. Embora tenha publicado ao longo de sua vida cerca de 120 livros sobre Matemática Recreativa, Didática da Matemática, História da Matemática e Literatura Infanto-juvenil, atingindo tiragem de mais de dois milhões de exemplares, pouca gente sabe que ele era brasileiro. 


Quem se interessar sobre Malba Tahan pode visitar este link e saber mais sobre ele e sua obra!


Charge do Dia

Serio não vale esse tipo de resposta na prova!


sábado, 5 de maio de 2012

Que comecem os jogos!

Deixando aqui sugestões de desenhos para o trabalho do winplot dos 3º anos, lembrando que a ideia é um desenho que demore até agosto mais ou menos para ficar pronto e que não serão validos desenhos repetidos.


PS: São só sugestões vocês estão livres para propor outros desenhos! (não precisam colorir os desenhos, os contornos feitos devem lembrar os desenhos a abaixo)



 



Charge do Dia

Já vi cenas parecidas.... 


Um Mundo sem Números...


Pensar em um mundo livre de números pode parecer o sonho de muitos, e como vimos no filme a história do número um (para quem não viu recomendo que assista) até possível que se estruture sociedades que não usem os números mas de certa maneira os números sempre surgem de uma necessidade do proprio desenvolvimento humano, isso fica evidente quando notamos que mesmo os homens primitivos dependiam de cálculos e números para sobreviver. 
Saber que 1 antílope era mais fácil de caçar do que 4 era essencial. 

Pequenas quantidades são percebidas diretamente tanto por humanos quanto por outros animais. Uma galinha sabe se sua ninhada foi mexida, por exemplo. Isso se chama percepção numérica. A contagem, entretanto, é um atributo humano, intimamente ligado ao desenvolvimento da inteligência. 

Não se sabe quando o homem começou a medir coisas de forma quantitativa. 
Não sabemos nem quem veio antes, se números cardinais (1, 2, 3) ou ordinais (1º, 2º, 3º). Alguns antropólogos defendem que a contagem se desenvolveu especificamente para lidar com necessidades simples do dia a dia - o que indica que os cardinais apareceram antes. Outra corrente sugere que os números podem ter sido inicialmente relacionados a rituais que exigiam ordem de aparição. A primeira estrela a surgir no céu ou a segunda colheita após a chuva, por exemplo.

O método de contagem mais antigo é o do osso ou do pedaço de madeira entalhado. Os primeiros testemunhos arqueológicos conhecidos dessa prática datam do período aurignacense (35 mil a.C. a 20 mil a.C.). Outras evidências também comprovam que o homem registrava quantidades com representações de argila e nós em cordas. Um objeto de argila encontrado no Peru, por exemplo, pode ter significado uma contagem de cabeças de gado. 

As primeiras noções de quantidade com que o homem começou a lidar foram as mais próximas de sua realidade. Logo, 1 e 2 são os números mais antigos. De 3 em diante, era tudo uma mesma quantidade disforme que representava muita coisa. Não importava se era 50 ou 500. Não havia essa distinção. Ou seja, um é pouco, dois é bom, três é demais. A famosa expressão representa a antiga relação do homem com os números. Os sumérios, em 3 mil a.C., usavam o termo es para representar 3 e ao mesmo tempo "muitas coisas". Não havia definição para 4 em diante.

A própria noção de que um número representa uma quantidade específica levou séculos para ser absorvida. Dois são 2, não importa se são 2 ovos, 2 elefantes ou 2 ônibus. Mas, até hoje, alguns idiomas contêm traços dessa antiga separação entre a quantidade e o número específico para representá-la. E isso é intrinsecamente ligado à cultura e ao cotidiano de um povo. Em Fiji, arquipélago no Pacífico pouco menor que Sergipe, cocos e barcos fazem tanto parte da cultura local que existem palavras diferentes para a mesma quantidade deles. Por exemplo, 10 cocos é koro e 10 barcos é bolo. 

Calcular faz parte do cotidiano do homem. A verdadeira revolução, portanto, está na forma de fazer cálculos. Uma novidade que chegou ao Ocidente há menos de mil anos. "Talvez por ser fruto de práticas coletivas, essa história não poderia ser atribuída de modo preciso a ninguém", explica Georges Ifrah, autor de A História dos Números - Uma Grande Invenção. 

Até então, havia diferentes sistemas numéricos, criados por diferentes civilizações, como as mesopotâmicas, maia, egípcia, grega e chinesa. Todos com uma coisa em comum: desordem. Esses sistemas tinham um nome ou objeto diferente para cada número. Ou seja, teoricamente, eram modelos com símbolos infinitos. E, por razões práticas, nenhum método assim sobrevive por muito tempo. Essa dificuldade de escrever números grandes também prejudicava a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão. Foi aí que, na Índia do século 5 a.C., surgiu a base decimal, ou seja, a noção de que números podem ser arrumados hierarquicamente, usando-se apenas 10 símbolos. Por exemplo, apenas com o símbolo 5 pode-se representar infinitos números: 55, 555, 5555 e assim por diante. Não era mais necessário um símbolo para cada número.

Caso alguém queria saber mais sobre sociedades que não usam números recomendo a leitura do primeiro capítulo do livro Alex no País dos Números. (estou deixando ele para download no link, contudo é fácil encontrar na rede este capitulo, uma vez que a própria editora liberou)  

Fonte: Revista Super Interessante de outubro de 2011


sábado, 28 de abril de 2012

O Exercício que ninguém resolveu...

Passando para deixar, como prometido o exercício 5 do trabalho do 2 ano B, para fazer o download é só clicar no link que eu deixei. Caso tenham perguntas sobre a demonstração que eu deixei é só perguntar, no que se refere ao texto escrito acho que não tem nenhum problema, sobre as ilustrações aconselharia aos interessados que acrescentassem 1 desenho para cada uma das 3 etapas que descrevi na demonstração, uma vez que elas facilitam o entendimento do que está escrito. Divirtam-se!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Charge do Dia

Nunca foi segredo para os alunos que eu gosto de tirinhas, ainda mais aquelas do Bill Watterson autor de Calvin and Hobbes, vendo algumas coisas minha resolvi postar algumas das tirinhas que vejo sobre escola, matemática e outras coisas começo essa seção com uma que me lembrou o trabalho de muitos alunos...


Explicando nossas origens...

Muitos alunos já me perguntaram sobre o porque do nome do blog e sempre respondo que ele surgiu de uma brincadeira de alguns alunos que chamavam aos colegas que gostavam de exatas de ovelhas. Esta história sempre foi interessante e um tanto curiosa, sobretudo, porque nasceu da saudação Vulcana, algo muito nerd e relacionado com alunos que gostam de exatas já que a maioria acaba sendo rotulada assim...


Contudo, essa é apenas uma das razões... quando fala-se sobre a idéia de número não existe um autor para este conceito, mas o que sabe-se é que esta noção surgiu de situações vividas pelo homem. A História nos mostra que o homem inventou várias maneiras para realizar contagens e representá-las, e todas elas associadas ás necessidades de sua época. De forma geral o número sempre surge de uma associação básica que relaciona um objeto a outro, sendo uma das versões mais famosas a que fala sobre um pastor que quer contar seu rebanho de ovelhas.



O jeito que o pastor arranjou para controlar o seu rebanho foi contar as ovelhas com pedras. Assim: 
Cada ovelha que saía para pastar correspondia a uma pedra. O pastor colocava todas as pedras num saquinho. No fim do dia, à medida que as ovelhas entravam no cercado, ele ia retirando as pedras do saquinho. 


Logo a matemática, assim como os números, sempre me lembra de ovelhas sendo essa uma das razões principais para o nome do blog ser homens e ovelhas. Isso é tudo!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Há mais ciência do que se parece em The Big Bang Theory

Quem é fã da série THE BIG BANG THEORY ao assistir o episódio 18 da 3ª temporada pode nem ter notado que havia um quadro branco em um dos cantos com  um pouco de geometria não euclidiana. Por que ela estava lá? E o que ela é?
O quadro branco do episódio referido
Primeiro, lembremos que o próprio Euclides desenvolveu sua geometria não-não-euclidiana em 300 A.C.. Ele começou com a suposição do mínimo possível e deixou para gerações de alunos do Ensino Fundamental a tarefa de provar todo o resto, que os triângulos têm 180 graus, e daí por diante. Como é típico na matemática, o jogo envolve usar a menor quantidade possível das mais elegantes postulações e deixar o resto às brilhantes derivações.
Todo aluno do Ensino Fundamental aprende os cinco axiomas de Euclides (brevemente listados, com a omissão de algumas legalidades):
1. Quaisquer dois pontos podem ser ligados por um segmento de reta.
2. Um segmento de reta pode ser estendido à uma reta infinita.
3. Para qualquer segmento de reta, um círculo pode ser desenhado.
4. Todos os ângulos retos são iguais.
Esses quatro parecem ser bem básicos. É difícil imaginar que qualquer um deles possa ser comprovado ou refutado e, por esse motivo, eles servem como pontos de partida óbvios. Mas Euclides adicionou um enfadonho “quinto axioma”:
5. Para um ponto fora de uma reta, há exatamente uma reta que passe pelo ponto que nunca fará intereseção com a reta original.
Euclides era um cara esperto. Por que simplesmente não provou o “quinto axioma” com os quatro primeiros? Ele tentou. Durante 2.000 anos os matemáticos tentaram. Até mesmo Karl Friedrich Gauss. Sem chance. Não foi provado. Os matemáticos modernos sabem que nunca poderia ser provado com os quatro primeiros.
Então os matemáticos fizeram limões da limonada. Em 1826, Nicolai Lobachevsky disse: “Vamos presumir que não há apenas uma, e sim várias linhas paralelas como essa.”. Na década de 50 do século XIX, Bernhard Riemann disse: “Vamos presumir que não há linha alguma.”. O caos reinou. Sem o quinto axioma, nem mesmo podemos provar que todo triângulo tem 180 graus. Eis uma loucura maior ainda: adotar a versão do quinto axioma de Lobachevsky faz com que os triângulos tenham menos de 180 graus. A versão de Riemann faz com que tenham mais de 180. Mas que triângulos estranhos!
1. Geometria Euclidiana: existe uma reta paralela;   2. Geometria  de Rieman: não existe retas paralelas;         3.Geometria de Lobachevsky: existem várias retas paralelas)
(Foi descoberto que tudo havia sido resolvido décadas antes por Gauss, e que ele havia deixado a resolução em sua mesa, sem nunca publicá-la. Um recado para os aspirantes a matemáticos: qualquer que seja o projeto no qual estão trabalhando, há uma boa chance de Gauss já tê-lo tentado antes.)
Algumas décadas mais tarde, na virada do século XX, Albert Einstein e alguns outros perceberam que há mais do que simples abstração no quinto axioma, e ela estava relacionada a uma real incerteza que temos a respeito do nosso próprio Universo. A incapacidade de provar o quinto axioma de Euclides é equivalente a não saber se vivemos em um espaço curvo ou plano. Não sabemos ao certo se triângulos extremamente grandes no nosso Universo têm exatamente 180 graus, ou então um pouco a mais ou a menos. Como é que um triângulo pode ter mais de 180 graus? Façamos uma viagem:
É possível, ao andar pelo globo, fazer um triângulo com 3 ângulos retos. Este triângulo tem 270 graus, e não 180.

Observe que uma esfera é dita um espaço não euclidiano, entretanto localmente as leis da geometria euclidiana são boas aproximações. Em um pequeno triângulo na face da Terra a soma dos internos é aproximadamente 180graus.
Vamos andar (e andar de trenó e nadar também) desde o Polo Norte, através do meridiano de Greenwich (longitude de 0 graus), passando pela Inglaterra até chegarmos à Linha do Equador. Vire à direita. É um ângulo de 90 graus. Caminhe até chegar à ilha de São Salvador, ao leste do país Equador, localizada na Linha do Equador no 90º meridiano (+90 graus). Agora vire novamente à direita (são outros 90 graus) e volte para o norte, passando por St. Louis, até o Polo Norte. Até agora, viramos duas vezes à direita, 90+90=180 graus. Mas aí chegamos ao Polo Norte novamente, atravessando o Canadá. Quando chegamos, descobrimos que completamos um triângulo. Viramos três vezes. Mas você está chegando em um ângulo reto em relação ao ponto de partida. O último ângulo tem 90 graus. Então fizemos um triângulo com ângulos de 90+90+90= 270, e não 180. Assim é a vida em um espaço curvado. Mesmo que você não enxergue a curvatura enquanto caminha, ela está presente.

Você pode fazer o mesmo em um espaço de Lobachevsky. Imagine andar por aí em cima de uma batata Pringles.

A geometria não euclidiana é elemento chave nas batatas Pringles
De cima para baixo: plano esférico, plano hiperbólico e plano euclidiano.

É frequente que um pedaço da abstração matemática possa ser observado diretamente no nosso mundo físico. Nesse caso, nós apenas demoramos 2.000 anos para perceber isso.
Em uma fascinante sequência de 1965 ao livro Flatland (Planolândia), Dionys Burger relata em Sphereland a vida do neto de Um Quadrado, chamado de Um Hexágono . Um pesquisador na Planolândia fica consternado ao descobrir que a soma dos ângulos dos triângulos não resulta em 180 graus. Um Hexágono, descendente do sagaz herói da Planolândia, desperta seu amigo pesquisador para o fato de que os planolandeses, na verdade, habitam um espaço curvo. Como aconteceu na nossa viagem, a soma dos ângulos dos triângulos não resulta em 180 graus. (falarei melhor sobre esses livros depois, eles já apareceram em outro episódio da série The Big Bang Theory)
Até mesmo o nosso próprio espaço não-fictício e tridimensional pode ser curvo. Nós apenas não sabemos disso. Os astrofísicos medem os maiores triângulos que encontram e procuram pequenos desvios. Eles usam os raios da luz mais antiga no universo, as microondas de apenas 380.000 anos após o Big Bang. Até agora, todos os triângulos somaram 180 graus;no entanto, com um nível maior de precisão, talvez possamos descobrir, a qualquer momento, que vivemos em um espaço curvo. E isso não é problema. Só o que aconteceria é que todos os livros de geometria do Ensino Fundamental teriam de revisar o quinto axioma de Euclides. (É uma boa notícia para as editoras de livros escolares, que sempre querem colocar uma nova edição à venda. Mesmo que não haja nada de novo, percebi que, até mesmo nas minhas turmas, as editoras apenas mudam os números das questões de 3 em 3 anos e chamam isso de uma nova edição.)
É divertido, mas o que isso tem a ver com a série? Por que colocamos isso no quadro branco? Na verdade, é uma referência direta a uma fala que Sheldon tinha no roteiro. Tinha. Era uma versão provisória do roteiro.
Os roteiros passam por muitas revisões ao longo da semana de produção. Todos os dias os atores ensaiam e os escritores aprimoram o roteiro. A comédia parece funcionar da mesma maneira que a ciência experimental. Às vezes os roteiristas acham algo melhor. E nessa semana, após eu já ter enviado aos cenógrafos as equações e os diagramas, os roteiristas reescreveram as falas de Sheldon que tratavam do seu recolhimento ao espaço Riemanniano para relaxar.
Então os telespectadores nunca viram esse pedacinho da ciência. Os roteiristas o substituíram com algo ainda mais engraçado: o espaço Riemannian foi substituído pelo lugar preferido de Sheldon em Sim City. Mas talvez ainda haja alguma relação. Afinal de contas, quem é que já mediu os triângulos de Sheldonópolis?